domingo, 4 de novembro de 2012

É DIVINO... (Simone Gannam Lage Ribeiro)

Depois de muito tempo sem novas postagens adorei o texto de uma amiga que tem tudo a ver com os textos do blog. Espero que gostem:


"Nas últimas semanas, o Brasil parou para acompanhar os capítulos finais da novela Avenida Brasil, que, certamente marcou pelo fato de apresentar situações e sentimentos que a maioria de nós experimenta ao longo da vida. Há quem diga que é
futilidade. Prefiro acreditar que a verossimilhança nos tenha levado a algumas reflexões importantes.

O autor demonstrou com a história, antes de tudo, que o que nos torna felizes é muito mais o que está dentro do que o que está fora de cada um. Por mais contraditório que pareça, após muitas andanças, a maioria dos personagens foi muito mais feliz no subúrbio do que na zona sul carioca, tais como Cadinho e suas mulheres que, posteriormente, ainda voltaram a buscar o conforto como garantia de uma vida melhor e acabaram cedendo a simplicidade. A mesma coisa aconteceu com Monalisa , Olenka e Iran que trocaram de apartamento, de cardápio, mas não conseguiram deixar seus hábitos de lado, sua alegria, sua garra e sua autenticidade.

Impagável a satisfação de ver o menino Dadau finalmente, assumir sua história e, num gesto aparentemente banal de queimar a chupeta, com a ajuda de quem realmente o amava e se preocupava com ele, romper com um passado e recomeçar, marcando o gol da vitória. Ele merecia muito isso, pela grandeza de seu coração e pela pureza de seus sentimentos.

Muricy e Leleco deram voltas e mais voltas e acabaram voltando ao começo, como muitas vezes acontece com a gente. Muitos casais brigam, se separam por razões ínfimas e depois acabam chegando a conclusão de que se amam e de que jamais deveriam ter se machucado tanto, pois é possível ser imensamente feliz, ainda que numa relação imperfeita.

E a vilã Carminha? Seria mesmo vilã? As pessoas mudam ou nós é que mudamos nosso olhar sobre elas? Quem é quem, na verdade? Quem pode dizer que jamais usou máscara ou que nunca representou um papel? Carminha teve tudo o que uma pessoa poderia desejar pra ser feliz e não o foi. Encontrou-se ao final da trama vivendo no lixão, mostrando –nos que, nas voltas que a vida dá, podemos aprender a ser mais gente a sermos nós mesmos, e apenas isso é ser feliz...

Impossível não concluirmos com estes e tantos outros episódios que embora corramos insistentemente atrás do dinheiro ele não tem o poder de nos fazer mais gente. O dinheiro compra sim, infinitas coisas que nos dão prazer, mas sem dúvida, não compra tudo aquilo que tem mais valor pra qualquer ser humano, de norte a sul.

Enfim, como diria o autor da vida, ser pobre de coração, isso sim é viver o céu já na terra, isso sim é real, não ficção, isso sim é divino..."