domingo, 29 de novembro de 2009

Ser diferente é ruim?

Recebi essa semana um e-mail assinado por uma psicóloga clínica chamada Karla Christine sobre a idolatria ao Cazuza. Parece circular já há algum tempo, pois encontrei várias referências a esse texto na internet, portanto, quem ainda não o conhece, se tiver interesse em lê-lo na íntegra, basta fazer uma busca pelo nome da autora em qualquer ferramenta de busca. Num breve resumo, ela questiona o culto a uma pessoa como Cazuza, que segundo ela, era um “marginal”, “rapaz mimado”, “traficante”, e como ele mesmo nunca escondeu, usuário de drogas que participava de bacanais e bebia até cair.

Concordo integralmente quando ela diz que é muito preocupante essa postura de rebeldia e transgressão ser vista como exemplo por nossos jovens, mas o tema me despertou uma reflexão bem mais profunda. Há muito tempo eu tenho a idéia de que pessoas como Cazuza, que conseguem expressar o aparentemente inexprimível, seja em palavras, sons ou formas, possuem uma sensibilidade tão diferenciada que faz com que pareçam, às pessoas “normais”, loucos desajustados.

Hoje, com o pouco que tenho estudado, tenho certeza de que isso é uma verdade. Esse assunto tem um link direto, por exemplo, com o texto sobre as manifestações do masculino e do feminino. Isso porque a sensibilidade e visão de mundo dos artistas são típicas do feminino, o que em alguns casos gera conflitos nos homens, que por razões culturais chegam a questionar sua própria sexualidade. Mas como eu disse anteriormente, a sexualidade não deve ser confundida com nossos comportamentos, isso acontece somente por uma questão de preconceito.

Na busca por uma identidade, por um grupo que aceite suas diferenças muitas vezes essas pessoas se vêem diante das drogas. Aqui há um ponto importantíssimo que quando entendido pode ajudar muito. Há milênios substâncias entorpecentes são usadas em rituais sagrados, pois causam uma alteração de consciência que nos coloca em contato com nossa essência, com o divino, pois reduzem significativamente a atividade cerebral. E como não se viciar nessa sensação, como entrar em contato com o divino e não querer repetir essa experiência?

Não estou defendendo aqui o uso de drogas, estou apenas mostrando um outro lado do consumo, que poucas vezes é citado. Ao contrário, acho o uso de drogas algo extremamente prejudicial, pois apesar de levar a um contato com a essência, cobra um preço muito alto por isso, além de geralmente não ser um contato consciente. Sabendo disso, eu optei por um caminho mais longo para a tomada dessa consciência, mas que quando alcançado trás benefícios perenes, o caminho da meditação (em breve falarei mais sobre meditação). E por isso a importância do estudo aliado à prática.

Refletindo sobre esse comportamento fora de padrão, que acompanha artistas que encantaram o mundo desde que nossa história passou a ser escrita, e acredito até mesmo antes, eu me pergunto se é tão ruim ser diferente, se é um mau estigma. Talvez esteja faltando entender melhor essas diferenças e canalizá-las de forma positiva, para que não apontem para o lado oposto, ou melhor dizendo, complementar, e assim somem ao invés de destruir.

Vai aqui uma dica para pais de crianças hiper-ativas ou extremamente introspectivas, antes de pensarem que seus filhos tem algum problema, tentem percebê-los apenas como crianças com uma sensibilidade e visão de mundo diferentes, e para quem nunca ouviu falar nelas, tente se informar sobre as “crianças índigo” e as “crianças cristal”.

Muito obrigado e boa semana para todos,
Mateus

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Hospício social – sua loucura pode ser a sua cura (por Andrea Pavlovitsch)

Olá amigos,
o texto abaixo é de autoria de Andrea Pavlovitsch, ela é uma Psicoterapeuta Holística que já há algum tempo escreve textos bem alinhados com os que publico aqui no Blog.
Recebi esse texto de uma amiga em comum e decidi publicá-lo. Ela aborda o acidente acontecido na semana passada (18/11/2009), da mãe que mudando a rotina do dia esqueceu a filha de 5 meses no carro. Foi mais um episódio que nos mostra como é importante voltarmos a ter contato com nossa essência.

A pedido da própria Andrea seguem seus dados de contato.
Tel (11) 3447 8051 e-mail: andreapavlovitsch@uol.com.br e site: www.stum.com.br/andreateixeira


Hospício social – sua loucura pode ser a sua cura
 
"Não tema a difamação exterior. Tema seus próprios pensamentos, pois somente eles podem penetrar em sua essência e destruí-la"
(Augusto Cury)

Estou lendo o famoso livro “O Vendedor de Sonhos” de Augusto Cury. Peguei para ler, sinceramente, porque achei que tivesse qualquer coisa a ver com vendas, no final era tudo o que andava mesmo precisando ler. Vender sonhos? Perder-se para se encontrar? Afinal de contas, o que era tudo aquilo?

A parte que mais que pegou até agora foi a que ele fala que são todos uns loucos neste mundo. E os piores loucos são os que se acham normais. Ele até coloca umas aspas na palavra “normais” cada vez que a pronuncia, como se fosse mesmo falar de uma doença. Na realidade, reflete bem o que eu acredito. Eu tenho medo de pessoas ditas normais.

Por normais leiam-se todos aqueles que não enxergam a própria loucura. Ou melhor, que estão tão mergulhados num mundo de ilusões que perdem completamente o contato consigo mesmos. Esta semana ouvi uma notícia que chocou muita gente. Uma mãe que deixou o bebê de seis meses dentro de um carro escaldante durante 7 horas. Obviamente, seguindo as leis da natureza, a criança faleceu. E o que pensar desta mulher?

Como bem disse Ana Maria Braga quando noticiou isso no programa dela “Quem sou eu para julgar?”. Sim, é muito complicado isso. Julgar alguém implica em você ser o certo e a pessoa ser a errada. E eu não sou mãe, não sou esta mãe, para saber o que se passou na cabeça dela. Mas, na minha humilde opinião, ela simplesmente reflete a loucura social.

As pessoas estão tão fora delas que não se lembram que seus filhos estão dentro de um carro. Eu realmente acredito que ela não se lembrou. Que ela mudou a sua rotina e acabou por não perceber o seu bebê dentro de um carro. Mas pense no grau de concentração desta pessoa, em todos os outros milhões de aspectos da vida, para se esquecer de uma coisa destas. É quase alguém que não está mais encarnada. Que não sente. Que se perdeu tanto no mundo das suas idéias e seus ideais que não se lembra do básico e do importante: o que ela sente.

Dizem que as mães sentem. E eu tenho certeza de que esta mãe sente. E tenho certeza que tem muito pouca coisa do mundo que vai abrandar a dor dela. A dor da perda, a dor da culpa, a dor do julgamento social. A dor de ter se perdido de si. Antes de perder o seu filho, ela se perdeu de si mesma. Mergulhou no mundo insano das ilusões. As ilusões de poder, de trabalho, de status. A ilusão de que precisava ser uma super profissional, mãe, mulher, cozinheira, amante, dona de casa, responsável, malhada e feliz. Mergulhou na ilusão de fazer todo mundo se orgulhar dela, todo mundo ver como ela é maravilhosa. Esqueceu, ou talvez nunca tenha aprendido, que o nos interessa mesmo está dentro daquilo que chamamos coração. Lá dentro, na alma, que ela supostamente nem sabe mais onde fica.

E eu pergunto: quem sou eu para julgá-la? Se muitas vezes me peguei presa nas minhas próprias ilusões. Se tantas e tantas vezes caí do cavalo da minha arrogância por pensar que estava certa e o mundo errado. Por pensar, pior ainda, que existia um certo e um errado. Quantas e quantas lições eu tomei na cabeça para aprender a me ver, a me olhar. A voltar e reencarnar neste mundo real.

Eu ainda tenho um monte de ilusões e, vira e mexe, eu me bato com elas. E tenho certeza de que um monte de gente lendo este texto (e talvez até pensando nas compras do supermercado, na geladeira quebrada e em marcar esteticista) também as tenham. Mas precisamos despertar. E ouvir estas histórias é como um galo cantando nas nossas orelhas, zunindo e pedindo “pelo amor a Deus, voltem a si mesmos”. Volte a ser você. Veja o que é realmente importante na sua vida. Pare de se importar com bobagens, com o que os outros pensam. Com o que você deveria fazer ou não fazer, em como os outros vão te ver.

Esta mãe aprendeu, e está aprendendo, de uma maneira muito, muito difícil. Independente da culpabilidade dela, que cabe à justiça dos homens julgarem. Eu não estou aqui para defender ou atacar ninguém, mas para perceber um fato. Uma coisa que aconteceu e que nos mostra como ainda vivemos num grande hospício. Sugiro sim a leitura deste livro. Mas sugiro, mais ainda, a leitura da sua própria alma. Suas atitudes, suas vicissitudes, suas crenças. Lá, dentro de você, está a sua loucura. E sua loucura pode sim ser a sua cura.

domingo, 22 de novembro de 2009

Um soco é só um soco!

Tem uma história que era contada por Bruce Lee, e que já era contada muito antes dele, sobre o desenvolvimento de um artista marcial. Quando alguém começa a aprender a lutar, acha que um soco é só um soco, mas assim que as primeiras lições são ensinadas, o aprendiz descobre que há muito mais em um soco; é preciso posicionar o punho de forma correta, encaixar ombro, quadril, manter a guarda enquanto executa o soco. Depois que a estrutura física está adequadamente coordenada, o lutador ainda aprende como deve direcionar a energia durante um soco e pensa, “como eu podia achar que um soco é só um soco, com tanta coisa envolvida” e continua treinando; treina, treina até o ponto em que domina toda complexidade que há em um soco, e percebe então que um soco é só um soco.

Mas qual é o ensinamento que isso nos trás? Há alguma diferença entre o primeiro soco e o último soco? O que distingue o primeiro soco do último é a consciência que se tem do soco. Ao começar a treinar o lutador faz um soco sem ter consciência desse soco, mas à medida que se desenvolve, seu soco, que passa por todo um processo de intelectualização e aprimoramento técnico, de repente torna-se algo tão natural que volta a ser apenas um soco, mas nesse momento o lutador tem total consciência sobre o soco. Essa é a grande distinção.

Eu acredito que esse processo cíclico esteja presente em tudo no universo, inclusive e principalmente em nosso processo de desenvolvimento pessoal e como espécie.

Individualmente nascemos totalmente integrados ao universo; as ações de um bebê são instintivas, sua respiração é correta, ele dorme quando tem sono, se alimenta quando tem fome, mas não tem consciência do que faz, nem porque faz. No decorrer da vida nos afastamos do natural, e na medida em que desenvolvemos nosso intelecto e nossa identidade criamos uma barreira que nos separa de nossa essência. É importante entender que esse estágio, embora perigoso, é importante para que possamos completar o ciclo, e voltar a comungar com o universo de forma consciente. Por isso é importante colocarmos todo nosso esforço na redescoberta de nossa essência, estudando e praticando, para que possamos retomá-la de forma consciente.

Da mesma forma, como espécie, um dia moramos num paraíso, mas quem lá estava não tinha essa consciência, não imaginava que habitasse o paraíso, pois ali era o seu lugar natural. Foi preciso toda essa evolução, as guerras, as doenças, a segregação, para evoluirmos como espécie, e termos condições de voltar a habitar um paraíso, mas dessa vez conscientes de que lá estamos. Mas para que essa evolução da espécie ocorra, é preciso que individualmente sejamos capazes de realizar nosso ciclo, e assim completar o ciclo de toda espécie.

Obrigado e boa semana a todos,

Mateus

domingo, 15 de novembro de 2009

Por que meninas vestem rosa e meninos vestem azul?

Será que é possível se tornar um ser humano integral vivendo em um mundo de dualidades? Por que é tão importante a busca pelo equilíbrio e viver no caminho do meio?

Há muito para falar sobre esse tema, mas hoje quero focar meu texto em um único aspecto dual, o masculino e o feminino. Assim como outros elementos considerados como opostos na cultura ocidental, o masculino e o feminino são apenas lados diferentes da mesma moeda. Na cultura oriental tais elementos são entendidos como complementares, dando equilíbrio a tudo que existe no universo, pois nada existe sem seu oposto, ou melhor dizendo, seu complementar. Yin e Yang.

Percebendo a realidade dessa forma, é preciso entender a importância de derrubarmos alguns preconceitos que trazemos desde nossa infância, e talvez um dos maiores seja o preconceito sobre a diferença dos sexos. Tentarei fazer uma abordagem sobre o preconceito do masculino e do feminino, sem abordar a questão sexualidade, que embora seja intrínseca ao assunto, não é necessariamente obrigatória, e aqui vai a primeira dica: o comportamento masculino e feminino é algo que está além das escolhas sexuais, é exatamente isso que Pepeu Gomes quis dizer ao cantar que “Ser um homem feminino não fere o meu lado masculino”.

Todos nós como seres integrais nascemos com características masculinas e femininas, mas desde pequenos somos estimulados a viver apenas como exclusivamente homem ou exclusivamente mulher. Somos afastados de nossa natureza integral desde o dia em que os pais ao saberem o sexo da criança que irá nascer, decidem se a decoração do quarto será azul ou rosa.

Por que meninos não podem chorar? Será que é pecado um homem ter emoções? E por que as meninas são sempre princesas indefesas presas em um castelo, a espera do príncipe que virá salvá-las? Uma mulher não pode ser responsável pelo seu próprio destino? Acho desnecessário falar aqui sobre todas as diferenças entre homens e mulheres, elas são mais do que conhecidas. E é claro que essas diferenças existem, e mesmo que fossemos criados isentos de qualquer preconceito sempre haveria a predominância do masculino ou do feminino, mas o que não implica na supressão do outro.

Entendendo essa questão conseguimos dar um grande passo na direção de um desenvolvimento integral, pois enquanto não estivermos horizontalmente integrados na questão do masculino e do feminino, não conseguiremos nos desenvolver verticalmente, integrando corpo, mente e espírito.

Obrigado a todos,
Mateus

domingo, 8 de novembro de 2009

Ter ou Ser?

Novamente o texto dessa semana foi motivado por uma resposta ao texto da semana passada. Preocupou-me o fato de possivelmente ter passado a idéia de que devemos abrir mão de nossos bens materiais e nos dedicar apenas a práticas internas, pois como meu amigo me escreveu “Projetar a sua felicidade no acúmulo de bens é tão perverso e danoso quanto projetar sua felicidade na ausência de bens.”

Isso me lembrou a história de um discípulo de Buda, um rico príncipe, que vivia no máximo da opulência possível, que ao conhecer Gautama Buda pediu para segui-lo. Buda achou que seria improdutivo para este príncipe segui-lo, mas o príncipe prometeu ser o mais dedicado dos discípulos, e assim foi aceito. Entretanto, como Buda desconfiara, ao abandonar seu reino o príncipe compensou a opulência em que viveu até aquele momento buscando a mais absoluta miséria, ou seja, o príncipe foi de um extremo a outro.

Quando escolhemos o caminho do Ser, e abandonamos o Ter, é preciso ter o cuidado de não ir de um extremo a outro, é importante entender que valorizar o Ser não significa viver apenas com a roupa do corpo, e que morar numa boa casa, andar em carros luxuosos ou trocar de celular a cada seis meses não é necessariamente um pecado.

O fundamental é não cairmos na ilusão de que só conseguiremos ser pessoas melhores quando conquistarmos mais bens do que temos hoje. É isso que me preocupa tanto na busca do Ter. Quando conquistamos, com nosso esforço e dedicação, bons empregos que geram bons salários, não há nada de errado em aproveitarmos o que esse recurso pode nos proporcionar, mas devemos ter cuidado para não criar uma identificação tão grande com o que temos a ponto de não aceitar viver com menos caso a vida mude de rumos.

Além do medo de perder o que se tem, a vida em função do Ter gera um ciclo vicioso de infelicidade perigosíssimo, pois por exemplo, uma pessoa que não possua um carro, acredita que será imensamente mais feliz quando puder comprar seu primeiro carro e não precisar mais andar de ônibus; então ela consegue comprar seu primeiro carro, um carro popular sem acessórios, ela fica imensamente feliz, mas logo em seguida o carro que ela tem não lhe serve, ela quer agora um carro com vidros elétricos e direção hidráulica, vive frustrada até conseguir um carro assim, e quando o consegue passa a querer um carro com bancos de couro, motor mais potente, importado, e assim o que se tem nunca está bom, pois acredita que só poderá ser melhor se tiver algo melhor.

A loucura é tanta que esse querer transforma-se em precisar. Quantas vezes ouvimos pessoas dizendo coisas do tipo, “preciso disso, preciso daquilo, preciso, preciso”, como se não fossem capazes de viver sem o objeto de desejo. Mas do que realmente precisamos para viver? Eu acredito que se conseguirmos distinguir o que queremos do que realmente precisamos já nos ajuda a viver melhor. Não é pecado Ter o que queremos, mas isso não pode de forma alguma afetar quem nós Somos. E quando nós Somos de fato felizes, não importa o que Temos, seremos felizes pelo simples fato de Sermos.

Obrigado a Todos!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Natureza Humana

Em resposta ao texto anterior, “Horton e o mundo dos Quem!”, um amigo se disse descrente da possibilidade de mudança dos homens, pois de acordo com ele “O grande problema de todos os protestos pela paz mundial e afins, é que eles se baseiam na mudança da atitude do ser humano. Na mudança da sua natureza, de buscar o prazer e a utilidade que está mais próxima, é mais fácil, e é mais certa.”

Essa resposta gerou uma série de debates extremamente produtivos, que não cabem aqui, mas despertou em mim a vontade de escrever um pouco sobre a natureza humana.
Como sempre, o que vou exprimir é apenas a minha opinião, e deixo a cargo de vocês refletirem a respeito, confrontando minhas idéias com as suas, pois não pretendo em nenhum de meus textos ser mensageiro da verdade.

Na minha visão, o comportamento humano, principalmente o que se desenvolveu no Ocidente, está ligado ao acúmulo de bens, satisfação de prazeres e de forma até contraditória, sacrifícios que fazemos hoje para ter um futuro tranquilo. Concordo que isso parece bastante próprio do ser humano, mas discordo enormemente que essa seja nossa natureza. Corrijam-me os psicólogos caso eu diga uma bobagem muito grande, mas a busca pelo prazer é da natureza do Id; o acúmulo, que serve para o homem se destacar e parecer melhor que o outro, é da natureza do Ego; e os sacrifícios que fazemos, por vezes acabando com nossa saúde, é própria do Super Ego. Agora eu pergunto, nós somos apenas a soma de nosso Id, Ego e Super Ego? Eu não quero acreditar que eu sou tão pouco assim.

Na verdade somos o Id, o Ego e o Super Ego (personalidade da nossa mente), mas também somos mais. Somos ainda espírito e corpo. O problema é que no processo de evolução da nossa espécie, criamos uma identidade tão forte com nossa mente que acabamos por nos esquecer de nossa natureza holística, de nossa forma integral, somente quando nos dedicamos a desenvolver de maneira integral nossos corpo, mente e espírito é que conseguimos perceber qual é nossa verdadeira natureza.

Por isso se faz tão importante voltarmo-nos para dentro de nós mesmos. É aí que se encontra o melhor caminho para termos acesso à nossa verdadeira natureza e encontrarmos o verdadeiro propósito de nossa vida. Quando olhamos para dentro e nos isolamos do mundo, paradoxalmente entendemos e percebemos que somos parte do todo, não apenas seres isolados, e aos poucos nossa verdadeira natureza de compaixão se manifesta sobre nossa individualidade, assim como o entendimento de que estamos aqui para evoluir sim, mas evoluir no ser e não no ter.

Obrigado a todos,
Mateus