segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Natureza Humana

Em resposta ao texto anterior, “Horton e o mundo dos Quem!”, um amigo se disse descrente da possibilidade de mudança dos homens, pois de acordo com ele “O grande problema de todos os protestos pela paz mundial e afins, é que eles se baseiam na mudança da atitude do ser humano. Na mudança da sua natureza, de buscar o prazer e a utilidade que está mais próxima, é mais fácil, e é mais certa.”

Essa resposta gerou uma série de debates extremamente produtivos, que não cabem aqui, mas despertou em mim a vontade de escrever um pouco sobre a natureza humana.
Como sempre, o que vou exprimir é apenas a minha opinião, e deixo a cargo de vocês refletirem a respeito, confrontando minhas idéias com as suas, pois não pretendo em nenhum de meus textos ser mensageiro da verdade.

Na minha visão, o comportamento humano, principalmente o que se desenvolveu no Ocidente, está ligado ao acúmulo de bens, satisfação de prazeres e de forma até contraditória, sacrifícios que fazemos hoje para ter um futuro tranquilo. Concordo que isso parece bastante próprio do ser humano, mas discordo enormemente que essa seja nossa natureza. Corrijam-me os psicólogos caso eu diga uma bobagem muito grande, mas a busca pelo prazer é da natureza do Id; o acúmulo, que serve para o homem se destacar e parecer melhor que o outro, é da natureza do Ego; e os sacrifícios que fazemos, por vezes acabando com nossa saúde, é própria do Super Ego. Agora eu pergunto, nós somos apenas a soma de nosso Id, Ego e Super Ego? Eu não quero acreditar que eu sou tão pouco assim.

Na verdade somos o Id, o Ego e o Super Ego (personalidade da nossa mente), mas também somos mais. Somos ainda espírito e corpo. O problema é que no processo de evolução da nossa espécie, criamos uma identidade tão forte com nossa mente que acabamos por nos esquecer de nossa natureza holística, de nossa forma integral, somente quando nos dedicamos a desenvolver de maneira integral nossos corpo, mente e espírito é que conseguimos perceber qual é nossa verdadeira natureza.

Por isso se faz tão importante voltarmo-nos para dentro de nós mesmos. É aí que se encontra o melhor caminho para termos acesso à nossa verdadeira natureza e encontrarmos o verdadeiro propósito de nossa vida. Quando olhamos para dentro e nos isolamos do mundo, paradoxalmente entendemos e percebemos que somos parte do todo, não apenas seres isolados, e aos poucos nossa verdadeira natureza de compaixão se manifesta sobre nossa individualidade, assim como o entendimento de que estamos aqui para evoluir sim, mas evoluir no ser e não no ter.

Obrigado a todos,
Mateus

3 comentários:

  1. Acho que esse texto tb lembra muito uma frase que eu acho muito importante... "O que importa é o quem vc tem na vida e nao o que vc tem..." De nada adianta ter muitos bens materias e nao e nao ter ninguem com quem compartilhar as alegrias... e pra ter ao lado pessoas que valem a pena precisamos ser pessoas que valem a pena! Parabéns pelo texto!!!! Amei!!!

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  2. Concordo plenamente... Enquanto nos mantivermos presos à materialidade, não conseguiremos desenvolver o espírito e chegar ao nosso real objetivo. Prova disso, é a condição em que o mundo se encontra atualmente.

    Se a incessante luta por bens fosse a única coisa importante, o mundo não viveria nessa guerra que vive hoje, e as pessoas não teriam tanta falta de harmonia em suas relações.

    Não que esse tipo de luta não tenha importância. Todo trabalho tem, mas há outros serviços a serem feitos para crescimento espiritual, e esses, costumamos deixar de lado...

    Que Deus nos dê forças para usar nosso empenho e luta também nesse sentido...

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  3. Curti o texto! Na verdade gostei de todos, sobretudo daquele que fala sobre "um soco é só um soco", pois estou começando a sentir isso na pele.
    Continue com os excelentes textos =)
    Aproveito para deixar uma sugestão de leitura que pode gerar algumas reflexões interessantes: "A última pergunta" de Isaac Asimov, é um conto de ficção científica, mas transcende muito essa temática.

    Abraços,

    Henrique (do IKFS)

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